quinta-feira, 3 de maio de 2012

ED03 RACIONALISMO, EMPIRISMO E CRITICISMO

Descarte é considerado o principal pensador da racionalidade moderna.  Segundo ele só podemos conhecer a realidade pela razão. A isso chamamos de racionalismo. Para ele a verdade é representada subjetivamente, isto é, na consciência do homem e não no mundo.
O pensamento moderno é caracterizado por uma discussão em torno da subjetividade,  isto é, tudo aquilo que se articula como pensamento ou com a noção de consciência de si. Para Descartes, a verdade está no interior do próprio sujeito: a certeza da consciência de si. Eu penso, logo existo, ou seja, o pensamento como condição para a existência. Descartes fundamenta  o homem a partir do sujeito pensante, que duvida de tudo que lhe é dado como certeza, para metodicamente construir um mundo de verdades claras e indubitáveis.

O ponto de partida da reflexão humeana está em considerar que todo conhecimento que se refere ao mundo começaria com a experiência, fundando-se na percepção. Contudo, o autor considera a percepção de duas maneiras: impressões e ideias. As impressões seriam as percepções mais vivas sentidas pelo sujeito, como as sensações que se tem das cores, dos sons, de uma paisagem, de uma dor, de estados de tristeza e de alegria. As ideias, de modo diferente, seriam cópias das impressões, imagens mais pálidas que resultariam da forma como o sujeito refletiria sobre as impressões ao usar a memória ou a imaginação. Hume divide o conhecimento em dois tipos de raciocínios: os raciocínios demonstrativos, que se referem às relações de ideias; e os raciocínios morais, que se referem às questões de fato e de existência. David Hume acredita que as leis, as regularidades descobertas junto à natureza, não passariam de regras naturais da imaginação humana. O pensador chama tais regras de associação de ideias, onde as ideias seriam associadas por contigüidade, semelhança e causalidade, transformando a relação de causalidade no principal elemento de todo conhecimento no que se refere às questões de fato. Hume acredita que o problema do conhecimento teria por fundamento princípios que fariam parte da mente: impressões, ideias, imaginação, hábito e crença. A produção de conhecimento dependeria não apenas da experiência, mas de princípios psicológicos da natureza humana.

A reflexão kantiana no século XVII foi marcada por duas ciências: matemática e física. E ainda constata-se a metafísica que, ao contrário das duas ciências, não só procurava tratar da realidade última das coisas como não conseguia convencer ninguém sobre os seus resultados. Kant procurou desenvolver uma reflexão sobre essas três disciplinas, tentando descobrir o motivo do descompasso existente entre a matemática, a física e a metafísica. O filósofo define como crítica da razão numa reflexão feita pela razão procurando saber quais os limites daquilo que o homem poderia conhecer. Para o filósofo, o espaço e o tempo não são extraídos da experiência, mas se constituem como intuições a priori, por existir na mente do sujeito como as condições pelas quais os fenômenos seriam percebidos: o espaço teria a função de apreender os objetos fora do sujeito; o tempo seria responsável pelo modo como o sujeito tem acesso às suas mudanças no tempo.
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.

Um comentário:

  1. Parabéns Andréa, O Empirismo postula que o conhecimento se dá única e exclusivamente através das sensações dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Para os empiristas, nasceríamos como uma "folha de papel em branco" (tabula rasa): todo o nosso pensamento, nossas ideias, formariam-se através do contato de nossos sentidos com as pessoas e as coisas à nossa volta.
    Para o Racionalismo nós não nascemos como uma folha em branco. Pelo contrário, nasceríamos com ideias pré-concebidas (as chamadas ideias inatas). Por exemplo, os racionalistas dizem que já nascemos sabendo o que é bom ou mau, certo ou errado, etc.
    Para Kant e seu Criticismo, empiristas e racionalistas estão certos "em parte": temos algumas ideias inatas (quantidade, qualidade, espaço-tempo...) mas as informações para dar sentido a essas ideias inatas vem dos dados dos cinco sentidos - senão não poderíamos, por exemplo, dizer "o que é melhor que o que", etc.

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